Junk food e as crianças
Propagandas de Junk foods voltadas para o público infantil sempre foram apeladoras e infelizmente eficazes.
Nenhuma criança resiste aos chamados da indústria, não existe criança que não chore e implore aos pais para comprar o lanche que vem acompanhado de um incrível brinquedo exclusivo.
As estratégias da propaganda desse tipo de alimento não saudável, extremamente calórico e pobre em vitaminas ou minerais, são vastas e sempre associam o consumo destes alimentos com a diversão.
Várias pesquisas já comprovaram que o impacto da propaganda na alimentação infantil é real e severo, tendo os pais um importante papel na conscientização das crianças. Um estudo realizado no Texas avaliou a influência da propaganda nas escolhas alimentares de 75 crianças de 3 a 5 anos, elas foram divididas em dois grupos: um grupo assistiu a desenhos animados com propagandas de batata frita e o outro assistiu a desenhos com propagandas de maçãs.
Após terem visto os comerciais, as crianças deveriam escolher dentre os alimentos oferecidos, com a ajuda dos pais. O resultado da pesquisa mostrou que quando a criança via comerciais de batas fritas, a sua escolha alimentar era pela batata frita em 75% dos casos, porém quando os pais a instruíam a comer o alimento saudável, esse número reduzia para 55%. Já no grupo das crianças que assistiram a comerciais de maçãs, a escolha alimentar de 46% era pela batata frita, mas quando os pais influenciavam na decisão, apenas 33% das crianças permaneciam na escolha da batata. Portanto, vê-se claramente que o poder de influência da propaganda é superior ao dos pais, por isso a preocupação com o conteúdo dos comerciais infantis.
Hoje, com o mercado cada vez mais seletivo e consciente, as empresas já perceberam que não existe mais espaço para quem ignora os novos padrões de consumo e a preocupação com a alimentação, e portanto as estratégias para manutenção do púbico-alvo estão se modificando também.
A McDonald's já se adaptou e incluiu no seu famoso Mc Lanche Feliz, a opção por uma porção de fruta para sobremesa e salada no lugar da batata frita. Outroexemplo é a Disney que irá vetar o Junk food das suas propagandas dirigidas a crianças. É a primeira vez que uma companhia de mídia de grande porte toma uma decisão como esta. Eles ainda irão incluir o selo "Mickey Check" nos alimentos comercializados em seus parques, a intenção é mostrar às crianças que o Mickey aprova os alimentos saudáveis que atendem aos novos padrões federais de consumo infantil, previstos no Guia Alimentar Americano de 2010. Esta medida deverá ser implantada em 2015, quando os contratos atuais se encerrarão.
A primeira-dama norte-americana Michelle Obama apoiou a iniciativa, "Com esta nova iniciativa, a Disney está fazendo o que nenhuma outra grande companhia de mídia fez antes nos Estados Unidos", disse. "Espero que todas as companhias façam o mesmo."
Porém essa é apenas uma das medidas protetivas cabíveis, e ela depende somente da boa vontade das grandes redes de lanchonetes ou da indústria da propaganda. Mas o governo também deve intervir neste processo, por exemplo, pesquisadores britânicos estão sugerindo que se apliquem taxas sobre estes alimentos ultraprocessados. Eles sugerem um imposto de no mínimo 20% para reduzir o consumo de alimentos ricos em sal, açúcar e gordura, além dos refrigerantes. Essa medida também deve ser acompanhada por uma redução nos preços dos alimentos saudáveis. Alguns países europeus já começaram a criar seus impostos, na Dinamarca o alvo foram as gorduras saturadas, já na Hungria o imposto subiu os preços dos alimentos ricos em açúcar e sal, e dos refrigerantes. Na frança o alvo foram os refrigerantes apenas.
O mundo está se mobilizando para que haja uma transição no modo de se alimentar da população em geral, mas principalmente das crianças. É importante fazer com que a infância seja repleta de alimentos saudáveis que garantam o crescimento e desenvolvimento adequado.
Fontes:
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1100578-disney-acaba-com-junk-food-em-propaganda-infantil.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1091070-pesquisadores-britanicos-sugerem-sobretaxa-para-junk-food.shtml
http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI98941-15546,00.html
http://ligapediatriaulbra.webnode.com.br/news/a%20influ%C3%AAncia%20das%20propagandas%20de%20fast%20food/