Alimentação é cultura
Você já parou para pensar por que na China se come cachorro, na França se come rãs e na Índia não se come vaca? Pois bem, é tudo uma questão de cultura. Ao analisarmos a história da alimentação, desde o homem da caverna até hoje em dia, a alimentação é vista como questão de sobrevivência, onde na pré história, o homem observava outros animais se alimentando até introduzir esse habito a sua rotina.
“À procura do significado da alimentação na história do homem, com a consequente criação de uma cozinha "humana e humanizada", Catherine Perlés (1979, p. 4) propõe uma distinção entre o ato alimentar (no qual o homem não se distinguiria das outras espécies animais em relação à nutrição) e o ato culinário, próprio à espécie humana (o homem é o único a cozinhar e combinar ingredientes) [...]” Partindo desse pressuposto foi abordado no artigo,( nome do artigo na referência), a questão dos macacos da ilha japonesa de Koshima, na qual uma macaca criou o habito de lavar as batatas doces que iria consumir, dessa forma o comportamento alimentar das outras fêmeas mudou ao fazer a mesma prática. Mas e o homem? Acredita-se que com o homem não foi diferente já que no início ele observava os animais até introduzir em sua rotina.
Como distinguimos o que comemos de sociedade para sociedade?
“Porém, se o homem come de tudo, ele não come tudo. Há uma escolha, uma seleção do que é considerado "comida" e, dentro desta grande classificação, quais as permitidas e as proibidas e em que situação isto se aplica. Para Fischler "a variedade de escolhas alimentares humanas procede, sem dúvida, em grande parte da variedade de sistemas culturais: se nós não consumimos tudo o que é biologicamente ingerível, é por que tudo o que é biologicamente ingerível não é culturalmente comestível" (2001).”
“A escolha do que será considerado "comida " e do como, quando e por que comer tal alimento, é relacionada com o arbitrário cultural e com uma classificação estabelecida culturalmente. ” Como assim? A depender da região, da sociedade ao qual o homem pertence, dos horários, quantidades e do sabor (se é forte ou fraco, por exemplo), o alimento poderá ser considerado comida. A exemplo temos o cachorro, que no Japão é considerado uma iguaria fina, já para nos brasileiros não é algo comestível e até mesmo considerado crueldade com esses animaizinhos. Além disso, horários também são estabelecidos culturalmente, cada sociedade estabelece alimentos adequados para cada refeição, como o café da manhã da Noruega em que se consome feijões, que no caso do Brasil é mais comum no almoço.
Portanto, comer é cultura, é possível através de um livro antigo de receitas saber mais que um preparo de uma certa comida, podemos descobrir a história do povo daquela região.
Referências:
Citações retiradas do artigo:
MACIEL, Maria Eunice. Horiz. antropol., Porto Alegre , v. 7, n. 16, p. 145-156, Dec. 2001 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832001000200008&lng=en&nrm=iso>. access on 11 Jan. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832001000200008.