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PANC (Plantas alimentícias não convencionais)


Com o avanço tecnológico na agricultura convencional, os alimentos tiveram uma limitação na questão de diversificação de espécies, apenas algumas plantas convencionais tiveram sua produção em larga escala dentre elas podemos destacar: o arroz, feijão, soja, batata entre outros. Devido a esse aumento de produção, o homem não utiliza ou subutiliza as espécies nativas que podem complementar a alimentação, devido a sua grande quantidade de nutrientes e também com potencial aumento de renda (pequenos produtores).

Muitas plantas que nascem em plantações de culturas convencionais ou em diversos locais pelas pequenas e grandes cidades são denominadas de ervas daninhas. O mesmo acontece para plantas silvestres, as quais são genericamente chamadas de “mato” ou “planta do mato”. Em um eixo destas plantas, tem-se as Plantas Alimentícias Não Convencionais de sigla PANC, que recebem esta denominação devido à falta de utilização. Elas muitas vezes são menosprezadas, devido à falta de conhecimento das características nutricionais, ecológicas e potencial econômico. Muitas destas plantas tiveram ou ainda têm algum consumo tradicional em determinadas regiões ou culturas, mas caíram em desuso. O movimento PANC vem para mostrar a importância e fazer com que essas plantas voltem a ser utilizadas.

A denominação PANC vai depender muito do local em que esta planta está inserida, pois uma planta pode ser considerada PANC para uma localidade, no entanto, em outra seu uso pode ser bem difundido e ela não se caracterize como “Não convencional”. A denominação “não convencional” vem do fato que essas plantas não serem produzidas e/ou comercializadas em grande escala, como as culturas convencionais. Um exemplo na Bahia a Palma um tipo de cacto, na região da Chapada Diamantina, tem seu uso intensificado na culinária local, logo neste local não é considerado PANC, mas se este mesmo alimento tiver em outro estado e não tiver utilização, passa a ser considerado PANC pra esse determinado local.

Vale ressaltar que também são considerados PANC as partes comestíveis não convencionais, como o coração e as flores da bananeira, as cascas da banana, a banana verde, a folha da batata-doce o mamão verde e seu talo e a jaca verde. Segundo ASSIS (2016) a culinária é melhor maneira de agregação de valor a um produto alimentício. Já para KINNUPP e BARROS (2017) é necessário ter um aumento de pesquisas que possibilitem informações sobre a disponibilidade de recursos alimentares nativos, rendimento e produtividade, qualidade, modos de preparo e utilização, bem de sua importância para as economias rurais e urbanas. Isso nos mostra que há uma tendência no aumento da utilização desses produtos, em face de problemas ambientais que temos. As PANC seriam uma forma de valorização real dos recursos naturais.

Referências bibliográficas:

CALLEGARI, C. R.; FILHO, A. M. M. Plantas Alimentícias Não Convencionais- PANCs. Florianópolis: EPAGRI Empresa de pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, 2017. p. 53.

ASSIS, J. G. A. et al. Plantas Alimentícias Não Convencionais na Bahia: Uma rede em consolidação. Plantas Alimentícias Não Convencionais. Revista Agriculturas. v. 13 - n. 2. p 16-20. junho, 2016.

DUARTE, G.; PIRES, I. M. Levantamento e Caracterização da Plantas Alimentícias Não Convencionais do Parque Florestal de Monsanto - Lisboa. (Tese de Mestrado em Ecologia Humana e Problemas Sociais Contemporâneos). Universidade de Lisboa, 2017.

KINUPP, V. P.; BARROS, I. B. I. Plantas Alimentícias Não-convencionais da região metropolitana de Porto Alegre, RS. Tese (Doutorado em fitotecnia) – Faculdade de Agronomia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul, p. 1-13. 2017.

RANIERI, G. R. et al. Guia prático de Panc - Plantas Alimentícias não convencionais.1-ed. São Paulo: Instituto Kairós, 2017.


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